Todas as análises da crise concordam que o sistema financeiro global falhou. Para quê, então, alguém vai querer insistir em recriar esse mesmo sistema?
E à custa de quem? Do dinheiro dos contribuintes? E se gastarmos o pouco dinheiro que nos resta a tentar tapar o buraco sem fundo da crise financeira, como é que vamos ter dinheiro para investir em tudo aquilo que faz falta para nos salvarmos todos?
Como dizem os jovens, temos de “cair na real”!
1. Para vencer a crise temos de criar empregos produtivos, isto é, postos de trabalho para quem produza usando processos descomplicados e tecnologicamente evoluídos, obtidos a partir de ideias inovadoras;
Temos de financiar projectos criadores de empregos estáveis, não deslocalizáveis, fixos e permanentes, isto é, fundados na rocha firme, com um futuro previsível no longo prazo;
Temos de usar as poupanças no microcrédito concedido a micro e pequenos empreendedores sem medo da mudança, porque nos devem merecer respeito os esforços dos outros para acreditar que os nossos sonhos são concretizáveis, além da sua privação do consumo imediato dos seus excedentes;
Temos de mudar o paradigma, isto é, escolher construir tudo de novo, com novos objectivos e novos valores, usando todo o nosso conhecimento adquirido e acumulado, sem medo de ser feliz;
Temos de ter visão, para não perdermos o rumo, a fim de que a nossa utopia seja realizável;
Temos de ter espírito de missão para entender que servir é o apanágio dos verdadeiros líderes;
Temos de nos mobilizar para superestruturar e infraestruturar a nossa organização, de forma a podermos atingir os fins a que nos propomos;
Temos de planear, programar, projectar e propor acções e medidas que nos permitam alcançar o nosso alvo;
Temos de dinamicamente avaliar constantemente o caminho que percorremos, para podermos corrigir os desvios de percurso, e não nos perdermos no meio da floresta;
Temos de “meter a mão na massa”, isto é, ter sincero interesse em trabalhar, e reprovar os chico-espertos que querem subir nas nossas costas, sanguessugando o nosso esforço;
E, antes de tudo, temos de crer que “quando o homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança”.
2. Para vencer a crise é preciso abandonar reformas e reformismos;
É preciso eliminar políticas incrementalistas;
É preciso coibir decisões informadas pelo oportunismo, o achismo, o arrivismo, o “paraquedismo”, a “cunha”, a solidariedadezinha, a caridadezinha, o conformismo;
É preciso acabar com a politicagem, o marketeirismo, a manipulação da opinião pública, o imediatismo, a mal-versação dos recursos escassos;
É preciso recusar compadrios, apadrinhamentos, corrupção activa e passiva, favores de todo o tipo, e saber que ninguém dá nada de graça, nem conselhos;
É preciso entender que os subsídios distorcem o mercado, isto é, a lei capitalista da oferta e da procura, porque beneficiam sempre os incapazes, pois são estes que têm horror de viver em concorrência;
É preciso compreender que toda a desigualdade é uma iniquidade que tem de ser activa e decididamente corrigida;
É preciso saber que a alma do negócio não é o segredo, mas sim a colaboração, a parceria, a investigação, a educação, e o trabalho;
De facto, nada é mais prejudicial ao desenvolvimento humano do que a incompetência, a inveja, o consumismo, o crescimento corporativo, os abismos regionais, os fundamentalismos democráticos.
3. Para vencer a crise é necessário olhar para o lado positivo que esta oportunidade de consertar o mundo nos oferece;
É necessário demonstrar que toda a governação é para produzir valor acrescentado para os membros da organização e todos os seus públicos;
É necessário aprendermos a ouvir, a cooperar, a colaborar, a debater e a aprender sempre, e mais, uns com os outros;
É necessário ter a ousadia de acreditar que é possível ser eficaz, eficiente e, sobretudo, efectivo, mormente com a “coisa pública”;
É necessário saber que o “lucro” do serviço público é o bem-estar e a qualidade de vida do cidadão;
É necessário ter a responsabilidade social na frente do lucro;
É promover a meritocracia, desenvolver o conhecimento, e ter um comportamento ético;
É ter esperança proactiva, fervorosa, mobilizadora;
É necessário nos despojar da vaidade, da soberba, da auto-suficiência, da ganância, do egoísmo, e reconhecermos que a “nossa família” são todos aqueles que colaboram trabalhando connosco, os nossos vizinhos, a nossa comunidade, a nossa região, o nosso País;
É necessário entender, ganhar conhecimento, e sabedoria, para termos acesso à revelação da verdade, porque ninguém nasce ensinado, e “nenhum homem é uma ilha”.
4. Vem, meu amigo, vamos contar para as crianças e para o povo que nada se faz sem esforço e sem valores;
Que a formação não serve para inventar a roda outra vez, e ainda outra vez, mas sim para que possamos reinventar uma nova forma, melhor do que aquela que existe, para produzirmos tudo aquilo que precisamos para acabar com a miséria, dar um fim à exclusão, anular o desemprego, o abandono, o desamor, o sofrimento;
Vem, meu irmão, vamos contar para as crianças e para o povo que todos nós precisamos de água, alimentos, abrigo, realização, reconhecimento, amizade e amor.
Muito amor, pois só o amor constrói!
Não te conformes!
Acredita que com o trabalho árduo de todos nós podemos ter paz (segurança), pão (trabalho), saúde (física, mental, e pública), habitação (digna), educação (e não apenas ensinos), e VALORES!!!
Vem viver feliz!
Vem junto, vamos contar para as crianças e para o povo que ainda é tempo de Recuperar Portugal!
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